Crítica de Arte: BELO EM SI

Crítica de: José Vinicius Lima Toro da Silva - 41412283

A Zipper Galeria expõe a nova amostra de Delson Uchôa, "Belo Em Si". Artista Maceioense reconhecido por sua pintura que exaltam a cor e a luz da atmosfera de sua terra natal, discute ideias de cultura em tempo de globalização retratando com cores decorativas a paisagem da seca da caatinga.

Ao chegar na galeria nos deparamos com pinturas com cores claras, vivas, que nos remete a pincelada de Monet, mas ao olhar profundamente e descobrir um pouco mais sobre Delson Uchôa encontramos uma dimensão maior que vai além da tela e que por cores e materiais industrializados explora as sombras deste mundo sensível.

Algo muito interessante de suas obras são as mensagens que as diversas camadas transmitem, sendo caracterizadas como uma obra bidimensional, ao mesmo tempo quando vemos as cores chamativas vemos uma mensagem e ou um apelo social, a utilização de um material simples como as sombinhas chinesas não apenas inserem cor para a paisagem mas faz parte da paisagem, como uma critica trabalhista presente na Caatinga e na China onde temos este material produzido por pessoas com baixos salários. Entretanto, assim como o povo brasileiro suas cores vibram e carregam sensações boas fazendo com que esqueçamos o processo, mas de certa forma atingindo um discurso politico.

Seja na fotografia ou em suas pinturas Uchôa trás uma tonalidade e um olhar que nos dá esperanças ao mundo, suas fotografias com as sombrinhas chinesas em paisagens que representam tanto a cantiga , como marcas da rotina traçam um contraste entre aquilo que vemos e o cuidado por trás de uma lente com a intenção de se fazer arte de forma para compreendermos este pensamento.

Fico lisongeado de sair de uma exposição como esta não só conhecendo um artista novo pro meu repertório, mas saio com a esperanças e consciência das diversas camadas que nas obras estão representadas de diversas formas mas que também estão em nossas vidas.