O que você faria aos 100 anos de idade? Tomie Ohtake continuou produzindo diversas obras. Com curadoria de Agnaldo Farias e Paulo Miyada, a exposição apresenta cerca de 30 telas concebidas pela artista entre seus 100 e 101 anos. Em sua maioria, são pinturas monocromáticas iniciadas por uma série branca seguida pelas coloridas. Segundo os curadores, essas obras, especialmente gestuais, contam com a projeção de sombras sutis e a interpretação do olho do público para se conformarem.
Logo à direita do espaço, estão situadas esculturas em metal feitas pela artista durante seus estudos de arame. Atrás das esculturas existe um telão com algumas mensagens em vídeos de criticos e artistas, como Carmela Gross, Leda Catunda, Jac Leirner, Miguel Chaia entre outros. Na entrevista de Leda, ela conta que, quando tinha 47 anos, conversou com Tomie e lhe expressou a sua chateação por já estar numa idade em que não conseguia mais realizar as atividades que gostaria. Tomie Ohtake replicou dizendo que Leda tinha apenas a metade de sua idade, portanto metade da vida pela frente. Isso a tocou de tal forma que sua visão mudou a partir de então.
Tubos de aço carbono pintados com epóxi
115x200x210cm
Coleção particular
As primeiras obras são trabalhadas apenas com a tinta branca e com texturas incrivelmente bem executadas, de modo que formas se destacam da tela. Em seguida iniciam-se as obras coloridas, mas seguindo o mesmo padrão de texturas.
Acrílica sobre tela 100,5x400 cm
Coleção particular
Acrílica sobre tela 200x100,5 cm
Coleção Particular
Acrílica sobre tela 100,5x200,5 cm
Coleção Particular
2014 Sem título
Acrílica sobre tela
100,5x100,5 cm
Coleção particular
2014 Sem título
Acrílica sobre tela
100x100 cm
Cortesia Galeria Nara Roesler
Todas as obras são passam uma intensidade, ao mesmo tempo que uma leveza. Ao mesmo tempo em que as texturas são feitas com descontinuidade, é possível observar a intenção e técnica empregadas. O conjunto das espessas camadas de tintas rebatem a luz, projetando sombras e criando movimento.
A exposição exibe também cartas de amigos e pessoas próximas à Tomie Ohtake, sendo uma delas o curador Paulo Miyada. Nela, Paulo relata que após ganhar fama, Tomie ficava chateada com a falta de crítica às suas obras, pois ela as achava necessárias à sua evolução.
Uma curiosidade: Tomie Ohtake não intitulava nenhuma de suas obras, pois acreditava que o nome faz o observador se preocupar mais com ele que com a obra em si.
SERVIÇO DA EXPOSIÇÃO:
Quanto: Gratuito.
Quando: de terça a domingo, das 11h às 20h.
Onde: Instituto Tomie Ohtake, Rua dos Coropés, 88 – Pinheiros – SP
Até quando: de 02.04 a 07.06.
Links relacionados: http://www.institutotomieohtake.org.br/programacao/exposicoes/tomie100101/
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