quarta-feira, 6 de maio de 2015

Piero Manzoni


Milena Farber


O MAM (Museu de Arte Moderna) recebe pela primeira vez obras de Piero Manzoni, um artista conhecido por produzir obras pequenas, materialmente simples porém intelectualmente refinada não deixando de lado, o humor. A mostra reúne mais de 20 obras de Manzoni, entre elas a mais conhecida lata rotulada “Merda d’artista”(1961).
 
 
 
 
Diria que é quase impossível conter o riso diante da obra “Merda d’artista” feita por Piero Manzoni. Porém cabe a todos nós entender que o objeto exposto não deixa de ser uma arte. A característica principal do artista se baseava em partir da matéria para chegar ao conceito. Como visto no primeiro ano da faculdade, nas aulas de História da Arte I e II, a classe pode aprender sobre Macel Duchamp (1887-1968) cujas obras tem características semelhantes as de Piero Manzoni. É possivel comparar a obra “Fountain”(1917) de Duchamp com “Merda d’artista” de Manzoni. Esta última se trata de latas rotuladas de conteúdo indeterminado contendo números e datas, assim como qualquer alimento indutrializado. Portanto, essas duas obras foram consideradas as mais emblemáticas do século XX justamente por ser diferente e por provocar um choque.  
  
Eu, assim como qualquer visitante tive/pode ter a oportunidade de desvendar o mito de Piero Manzoni em relação a a crítica que ele faz sobre o  papel de um artista na sociedade do século XX porque isto estava baseado na autocriação mítica. O artista quer fazer dele mesmo, um mito, alguém que seja lembrado negativamente, diferente da alienação que os outros artistas tinham. Então, Manzoni usufrui disto para criar obras diferentes (no sentido provocador) para causar uma emoção diferente no expectador e paulatinamente mudar o olhar das pessoas. Mas, notei que o artista diante do mundo contemporâneo, não deixo de utilizar materiais da época, ou seja, de um lado mostrava uma questão crítica a sociedade e de outro, ele apropriava-se de sintético, resinas, plásticos.
 
 

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